o café já nao está tao quente

Não notei o tempo passar ate olhar o céu e ver a lua linda que estava lá fora por volta das oito horas. E mais uma vez estava escuro lá fora. Estava sentada na cozinha, fumando meu cigarro quando vi o espetáculo na rua.
Permanece frio na serra gaúcha. O vento corta.
Já são quase nove horas. Para variar não sinto sono e sei que é mais uma longa madrugada acordada. Por outro lado, quando vejo já são novamente cinco da manhã e o sono me apagam os olhos.
Os dias têm passado rápido. Notaste?
Os anos nem se fala. Acho que é a idade que aumenta a velocidade do tempo.
Este ano não presenciei neve ainda. Sinto falta.
Lembro que em 1994 fiz alguns bonecos e levei algumas boladas. Foi divertido, depois disso a neve não veio mais em grande quantidade.
A lareira acesa me proporciona uma estranha sensação de saudade, porem não tenho certeza do que.
Observo o fogo. As vezes por horas. Queimando lentamente tudo que há para queimar dentro de um pequeno buraco na parede das casas.
Não tenho vontade de sair na rua. Lá fora está frio.
Aqui é aconchegante e tenho a falsa impressão que gosto do inverno.
Gosto da maneira que as pessoas se vestem nessa época do ano. Gosto da pontinha do nariz vermelha recém chegada da rua. E dos lábios falando apenas o necessário na sensação agradável de chegar perto do calor.
Levanto da minha cama e busco um café quente e forte, me acomodo e acendo um cigarro, quando a luz começa a invadir meu quarto, fecho a janela e durmo. Escrevo e leio algumas coisas.
Volta e meia eu falo da noite. Ela é irresistível pra eu.

Já passa das nove horas, a lua já diminuiu no céu e não tem a mesma cor. Meu café não está mais tão quente e meu cigarro já está na metade.
Meu pensamento hoje voou longe. Pensei em ligar o carro e viajar, sair daqui sem rumo, sem direção, ouvindo musica alta e lembrar de tudo que já colocou os sorrisos mais sinceros no meu rosto.
Mas eu teria que voltar.
Mais tarde eu volto com outro post. Agora preciso assistir televisão para distrair a mente.